sábado, 2 de janeiro de 2010

ANASTÁCIA DO ESTÁCIO

A vida dá voltas e voltas
está no dito popular
e é do tempo das chibatas
a história que vou contar

breique:
Foi em Diamantina
onde nasceu JK

Havia uma escrava
bonita e versada
em cultura africana, brasileira e eslava
era uma pessoa humana, dessas que as coisas sacava

O Sem Ô, carrasco sabido,
mantinha nela atenção
e quando ela falava, na senzala, punha ouvido
com medo dela fazer revolução

Mandou ele então, fazer um apetrecho,
instrumento de tortura,
que calasse a nastácia boca, preso no queixo
exemplar pra escravatura

Assim manteve Anastácia
por longos anos a fio
e quando ela aparecia
gesticulando, dizia ele que era desvario

O tempo foi passando
a abolição se deu
e Anastácia, livre daquele semiescafandro
um dia em Copa conheceu

Chiquinha e Luiz Gonzaga,
Orson Welles e Nelson Motta
amizade, quando é boa
dá asas pra imaginação e abre portas

Cantou com a negra Daúde,
Com Moreno uma banda formou
depois foi pra Europa e Hollywood
encontrar uns parentes do avô

Lá foi reconhecida princesa
e nos estúdios cinematográficos
negrinha entre cinderelas
popularidade nos picos

Mas Anastácia se encheu
da vida de tanto glamour
e na ideia lhe deu
criar um produto our concours

Do apetrecho do carrasco
resolveu fazer gozação
criou um aparelho com um frasco
e essencia de creme de hortelã

Prático e opcional
a ser carregado na bolsa
o portador, na conversa informal
o colocava na boca

No aparelho, um microfone
e quando a pessoa movia o lábio
além de se fazer ouvir bem
exalava um hálito agradável

E essa história que começa com o dito popular
tipo, quem com ferro fere, vai um dia se ferrar
ou Cala boca já morreu, quem manda em mim nem nasceu
é comprida, é bonita, mas vou ter que encurtar

breique:
Resumindo, resumindo
vamos acabar sorrindo
a patente do produto foi vendida pra Kolynos

Anastácia,bem de vida se diverte
com os revezes da vida:
Quem o perverso perverte
converte o fim em saída